Alunos da Atlética da Faculdade Santa Marcelina, na Zona Leste de São Paulo, exibiram uma faixa com a frase “entra porra, escorre sangue”, durante um evento esportivo no último sábado (15). A faculdade abriu sindicância para apurar a conduta de 24 estudantes. A foto da faixa e dos 24 estudantes exibindo-a gerou indignação nas redes sociais.
A imagem do grupo segurando a faixa circulou rapidamente entre os alunos e provocou forte reação da comunidade acadêmica. Diversas instituições e a própria faculdade divulgaram notas de repúdio. A frase remete a um episódio de 2017, quando uma música de conteúdo semelhante foi banida da instituição por incitar violência contra mulheres.
Faixa com alusão a estupro foi usada em jogo de handebol (Foto: Redes sociais)
Presidente e vice-presidentes da Atlética afastados
Ainda no sábado à noite, o presidente da Atlética da faculdade publicou um pedido de desculpas nas redes sociais. Ele afirmou que não havia lido a faixa antes de posar para a foto. Apesar disso, a Atlética declarou que a confecção da faixa foi responsabilidade dos calouros e determinou o afastamento imediato do presidente e dos vice-presidentes da gestão 2025.
Alunos relataram que a frase polêmica teria sido inspirada em uma música que já havia sido proibida pela faculdade em 2017, após denúncias de coletivos feministas estudantis. O conteúdo foi considerado ofensivo e de apologia à violência sexual.
Íntegra da nota da faculdade
“A Faculdade Santa Marcelina se manifesta veementemente contrária ao ocorrido no último dia 15 de fevereiro, em uma competição esportiva que contou com a participação de estudantes do curso de Medicina, integrantes da Associação Atlética Acadêmica (AAAPV).
A instituição esclarece que, no ato de matrícula, o aluno aceita um compromisso formal com a faculdade, de respeito aos seus princípios éticos e morais, à dignidade acadêmica e à legislação vigente. Atitudes como essa constituem agravo à instituição e sua tradição, missão e valores e também à sociedade como um todo.
Nesse sentido, a Faculdade Santa Marcelina já iniciou um procedimento de sindicância interna para apuração dos fatos e os alunos da instituição responsáveis pelos atos (que ocorreram fora de suas dependências) serão penalizados conforme os princípios estabelecidos e a gravidade da infração. Entre as punições estão advertências verbais e escritas, suspensão e até desligamento (expulsão) da faculdade.”
Fonte: ICL Notícias