A possibilidade de uma participação mais ativa dos Estados Unidos no conflito envolvendo Israel e Irã está se tornando cada vez mais concreta, segundo análise de Michel Gherman, coordenador do Núcleo de Estudos Judaicos da UFRJ.
Durante sua participação no programa WW da CNN Brasil, o especialista destacou as semelhanças entre o cenário atual e eventos passados, envolvendo personagens como Trump e Netanyahu.
Gherman ressaltou que a situação atual é resultado de decisões tomadas há cerca de uma década, quando houve forte pressão israelense para que o então presidente Donald Trump abandonasse o acordo nuclear com o Irã.
Essa ação levou ao afastamento do controle e fiscalização sobre as possibilidades de desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã, além de um aumento significativo nas tensões entre o país e o Ocidente.
Consequências da interrupção do acordo nuclear
O especialista apontou que o rompimento do acordo resultou em um cenário pior do que o de dez anos atrás, com o avanço do Irã em direção à conquista de armas nucleares e a formação do que o país chama de “eixo da resistência”.
Além disso, a decisão recente de Netanyahu de atacar o Irã, supostamente para evitar o avanço de qualquer tipo de conquista de arma nuclear, tem gerado preocupações sobre uma possível escalada do conflito.
Gherman observou que, inicialmente, esperava-se que os Estados Unidos não se envolvessem diretamente nesse processo, evitando repetir erros do passado. No entanto, os sinais apontam cada vez mais para uma aproximação entre o governo americano e Israel, com a possibilidade de uma intervenção mais direta dos EUA no conflito.
O analista destacou que esta seria a segunda vez que Netanyahu consegue convencer os Estados Unidos a se posicionar ao seu lado contra o Irã, desta vez de maneira ainda mais dramática. Gherman alertou para que a estratégia e os objetivos desta guerra parecem pouco claros, embora as intenções políticas sejam evidentes.
A análise do coordenador levanta questões importantes sobre as implicações geopolíticas desse possível engajamento mais ativo dos Estados Unidos no conflito, bem como sobre os potenciais riscos e consequências para a estabilidade regional e global.
Fonte: CNN Brasil