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O ativista brasileiro Thiago Ávila permanece detido em Israel após recusar a assinatura de documentos de extradição. Ele é um dos 12 integrantes da missão humanitária que navegava rumo à Faixa de Gaza quando o barco foi interceptado por forças israelenses em águas internacionais.
Além de Thiago, outros sete ativistas seguem presos e devem ser levados a uma autoridade judicial, conforme afirmou o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar: “Aqueles que se recusarem a assinar os documentos de expulsão e a abandonar Israel serão levados a uma autoridade judicial, de acordo com a legislação israelense, para que autorize sua expulsão”.
A defesa dos detidos pretende pedir a liberação do grupo sem deportação, para que possam retomar a missão de entrega de ajuda humanitária. Segundo a Coalizão da Flotilha da Liberdade — responsável pela ação — a prisão dos ativistas foi arbitrária e a interceptação da embarcação viola o direito internacional, já que a operação tinha caráter humanitário. O grupo ainda afirma que bloquear esse tipo de assistência pode configurar crime de guerra.
Quatro dos ativistas já foram deportados, entre eles a sueca Greta Thunberg, que aparece em uma imagem divulgada por autoridades israelenses embarcando em um voo de retorno à Europa. Também foram enviados a seus países Baptiste Andre e Omar Faiad (França) e Sergio Toribio (Espanha).
Greta Thunberg e Thiago Ávila desembarcam do barco ‘Madleen’ no porto de Ashdod após interceptação de Israel (Foto: Reprodução)
Barco interceptado por Israel
O barco Madleen, que levava arroz e medicamentos, fazia parte da Freedom Flotilla Coalition e havia partido da Itália no início de junho. Após uma parada no Egito, a embarcação navegava em direção à costa de Gaza quando foi abordada e escoltada pela Marinha israelense até o porto de Ashdod, onde chegou por volta das 20h45 no horário local (14h45 em Brasília).
Nas redes sociais, Thiago, que tem mais de 780 mil seguidores no Instagram, publicou vídeos alertando para o risco de um ataque. Em um deles, afirmou: “Estamos para ser atacados pelo mais cruel e odioso exército do mundo”. Em outro, gravado preventivamente, declarou: “Se você está assistindo a este vídeo, quer dizer que fui detido ou sequestrado por Israel”.
A esposa de Thiago, Lara, fez um apelo público pedindo apoio político e diplomático pela libertação dele. “Nós precisamos da ajuda de vocês, que cobrem parlamentares, o Itamaraty, o governo brasileiro”, disse. O casal tem uma filha de um ano, chamada Teresa.
Greta Thunberg: ‘campanha de fome massiva’
De volta à Suécia, a ativista Greta Thunberg, a primeira a ser repatriada pelo Minsitério das Relações Exteriores de Israel, falou sobre o sequestro da embarcação e da detenção da Flotilha da Liberdade.
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“Fomos sequestrados pelos israelenses. Mas essa não é a verdadeira a história. O que está acontecendo é um genocídio em Gaza e uma campanha de fome massiva”
Greta Thunberg fala após ter sido sequestrada por “israel” na Flotilha da Liberdade e denuncia Holocausto Palestino. pic.twitter.com/76A5llu8eF
— FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) June 10, 2025
Em nota oficial, o governo israelense minimizou o volume da carga humanitária e ironizou a presença de figuras públicas no barco, dizendo que “a pequena quantidade de ajuda no iate que não foi consumida pelas ‘celebridades’ será transferida para Gaza pelos canais humanitários reais”.
O Itamaraty, por sua vez, já solicitou a libertação imediata dos brasileiros detidos e acompanha o caso de perto.
Fonte: ICL Notícias