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Após ser sequestrado e confinado em uma solitária, o ativista brasileiro Thiago Ávila, de 38 anos, foi deportado nesta quinta-feira (13) de Israel depois ter sido preso pela Marinha israelense ao tentar levar ajuda humanitária para Faixa de Gaza, e deve chegar amanhã, sexta-feira (13), às 5h25 no aeroporto de Guarulhos.
“Após mais de 72 horas de detenção em Israel após a interceptação ilegal da Flotilha da Liberdade Madeleine, as autoridades de imigração israelenses informaram à Adalah, a equipe jurídica que representa os detidos, que seis voluntários foram transferidos para o Aeroporto Internacional Ben Gurion, aguardando deportação”, diz comunicado da Organização Adalah, que defende os direitos humanos em Israel. “Até agora, os advogados da Adalah estão tendo dificuldades em visitar eles no aeroporto”, completou a organização, em nota.
Thiago está há quatro dias em greve de fome em protesto contra sua detenção, que considera um sequestro por ter ocorrido em águas internacionais. O caso é tratado como crime de guerra pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do Brasil. O Itamaraty, que acompanha o caso, considera que houve violação do direito internacional e pede a libertação de Thiago.
O ativista brasileiro foi enviado na quarta-feira (11) para uma cela solitária como punição pela greve de fome, informaram ainda os advogados que acompanham o caso. Sua família, no Brasil, está sem contato com ele desde a última segunda-feira (9), quando foram interceptados pelas forças israelenses.
Israel ainda mantém na cadeia de Givon dois ativistas, Pascal Maurieras e Yanis Mhamdi, ambos da França. Segundo a Adalah, eles devem ser deportados nesta sexta-feira.
Oito dos 12 ativistas se negaram a assinar documento reconhecendo que cometeram o crime de tentarem entrar de forma ilegal no país, como queriam as autoridades israelense. Isso impediu a deportação imediata dessas pessoas.
Thiago não assinou ordem de deportação
Segundo reportou a correspondente Giovana Vial, ao Opera Mundi, além de Thiago, outros cinco ativistas da Flotilha da Liberdade também estão a caminho do aeroporto para serem deportados. São eles: Mark van Rennes (Holanda), Suayb Ordu (Turquia), Yasemin Acar (Alemanha), Reva Viard (França) e Rima Hassan (França). Apesar de estarem sendo enviados de volta, nenhum dos ativistas teria assinado a ordem de deportação em que assumiriam ter entrado ilegalmente no território israelense.
A Flotilha da Liberdade é uma iniciativa que visa desafiar o bloqueio mantido por Israel sobre a Faixa de Gaza (Foto: gazafreedomflotilla/Instagram)
Segundo a Flotilha, o grupo concordou que a ambientalista Greta Thunberg e outros três ativistas assinassem o documento para que, voltando a seus países, pudessem denunciar a situação.
Segundo a organização Adalah, os sequestrados foram submetidos a condições insalubres e maus tratos, que incluiram confinamento solitário, privação de sono, de comida e de água potável. Os advogados enfrentaram dos detidos relataram que tiveram acesso restrito aos ativistas, enquanto a advogada de Thiago disse que seu cliente foi ameaçado pelas autoridades a permanecer no isolamento solitário por sete dias.
Entenda o sequestro
O grupo de 12 ativistas da Flotilha da Liberdade tentou desembarcar em Gaza por meio da embarcação Medeleine na última segunda-feira como forma de levar alimentos e remédios para população palestina, denunciar o cerco de Israel e tentar abrir um corredor humanitário para Gaza.
Cerca de dois milhões de palestinos vivem mais de três meses de bloqueio de Israel, que permite apenas que empresa sediada nos Estados Unidos forneça alimentos à população.
A ONU condena o bloqueio de outras organizações e alerta que seis mil caminhões com ajuda humanitária estão na fronteira com o Egito aguardando para ingressar em Gaza.
Os centros de distribuição e alimentos controlados por Israel são tidos como insuficientes e, durante as entregas, são registradas dezenas de assassinatos de palestinos.
*Com informações da Agência Brasil
Fonte: ICL Notícias