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Bancos centrais do Brasil e da China firmam acordo de swap


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Durante a visita oficial do presidente Lula (PT) à China, os bancos centrais do Brasil e da China assinaram, na terça-feira (13), um acordo de troca (swap) de moedas, marcando mais um passo no aprofundamento das relações econômicas entre os dois países. O principal objetivo do acordo é fornecer liquidez aos mercados financeiros de ambos os países em momentos de necessidade.

O documento foi firmado em Pequim pelo presidente do Banco Central brasileiro, Gabriel Galípolo, e seu homólogo chinês, Pan Gongsheng, do Banco Popular da China (PBoC).

De acordo com resolução do CMN (Conselho Monetário Nacional), o valor máximo das operações poderá atingir até R$ 157 bilhões, com validade de cinco anos. O mecanismo permitirá que os bancos centrais troquem moedas locais de forma direta, sem a necessidade de intermediação em dólar.

No acordo, o Banco Popular da China receberá reais, creditando o valor correspondente em dólares numa conta especial de depósito no Banco Central do Brasil. Esses valores só poderão ser movimentados conforme os termos estabelecidos no acordo, e o BC brasileiro observará as taxas de câmbio, juros e prêmios de risco aplicados aos títulos soberanos nos mercados globais e domésticos para garantir o equilíbrio das obrigações.

Esse tipo de instrumento vem se tornando mais comum desde a crise financeira de 2007.

O acordo de swap firmado com o Brasil difere de outro memorando assinado em 2023 entre os BCs, que visava apenas o estabelecimento de um serviço de compensação cambial (clearing) no Brasil, operado pelo banco chinês ICBC. Na ocasião, o memorando não implicava compromissos legais. Agora, trata-se de um contrato formal, com obrigações recíprocas e respaldo jurídico, permitindo que cada banco central possa acessar a moeda do outro país para enfrentar desafios de liquidez.

Bancos centrais têm acordos semelhantes

O PBoC já possui acordos semelhantes com mais de 40 países, incluindo Canadá, Japão, Reino Unido, África do Sul e o Banco Central Europeu.

O Brasil também mantém um acordo com o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), por meio da linha FIMA (Foreign and International Monetary Authorities Repo Facility), que permite o acesso a dólares americanos mediante a entrega de títulos públicos como garantia.

Além do swap, a diplomacia brasileira busca usar a presidência temporária do Brics (grupo atualmente formado por 11 países, entre eles Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para ampliar a discussão sobre a criação de um sistema internacional de pagamentos que reduza a dependência do dólar.

Embora o tema ainda não seja central nas reuniões, o governo brasileiro defende o uso de moedas locais nas transações comerciais e espera avanços concretos na reunião de ministros da Fazenda do Brics, prevista para julho, no Rio de Janeiro.

Yuan vem ganhando espaço, enquanto dólar perde

Nesse cenário, o yuan, a moeda chinesa, vem ganhando espaço no cenário internacional.

Em março de 2023, a moeda chinesa representava 4,1% das transações bancárias globais via o sistema Swift — o dobro do registrado antes da pandemia, em 2019.

Quando consideradas todas as transações de câmbio, o yuan já participava de 7% das operações em 2022, ocupando a quinta posição entre as moedas mais usadas, atrás do dólar, euro, iene e libra esterlina.

A valorização do yuan ocorre paralelamente à perda de força do dólar. Desde o início da guerra tarifária deflagrada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o dólar vem passando por uma relativa desvalorização, inclusive frente ao real, que já acumula queda de mais de 8% no ano.

Além disso, a atipicidade na desvalorização dos títulos do Tesouro norte-americano (Treasuries) levantou questionamentos no mercado sobre a durabilidade do papel do dólar como moeda de reserva global.

Longo caminho até a ascensão

Apesar da ascensão do yuan, especialistas avaliam que a moeda chinesa ainda tem um longo caminho até se tornar uma alternativa real ao dólar.

Dados do Banco de Compensações Internacionais (BIS), o dólar ainda está presente em 88% das transações cambiais globais — número que cresceu desde 2010, quando era de 85%.

Em contraposição, o yuan, apesar da ascensão, ainda é visto como uma moeda regional, reflexo das restrições existentes no sistema financeiro chinês.

Como parte de sua estratégia de internacionalização da moeda, a China também criou, em 2015, o CIPS (Cross-Border Interbank Payment System), seu próprio sistema de pagamentos internacionais.

Embora ainda distante do alcance do Swift, o CIPS já conta com centenas de participantes em dezenas de países e é parte dos esforços de Pequim para reduzir sua dependência do dólar em transações comerciais.

Viagem oficial

O presidente Lula retorna ao Brasil nesta quarta-feira (14), encerrando a visita oficial à China e à Rússia. Já o presidente do BC, Gabriel Galípolo, permanecerá na China para participar de um seminário sobre títulos públicos internacionais chineses, os chamados Panda Bonds, na quinta-feira (15).





Fonte: ICL Notícias

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