O Bitcoin voltou a subir nos últimos dias e já opera próximo aos US$ 90.000, maior preço registrado desde o início de março. O movimento está animando investidores, principalmente pela criptomoeda estar se desacoplando de ativos tradicionais.

Embora fosse feriado no Brasil nesta segunda-feira (21), a criptomoeda teve uma alta procura nas bolsas americanas através dos ETFs. Com US$ 381,4 milhões em entradas, esse foi o melhor dia para os ETFs desde o início de fevereiro.

Por outro lado, ações americanas operam em queda. O maior exemplo é o S&P 500, índice que reúne as 500 maiores empresas dos EUA, que chegou a cair 3,4% antes de mostrar uma recuperação.

ETFs de Bitcoin tem melhor resultado dos últimos 77 dias

Lançados há pouco mais de um ano, os ETFs americanos de Bitcoin se tornaram uma das principais formas de negociação da criptomoeda. Além disso, também servem para visualizar o sentimento do mercado.

Nesta segunda-feira (21), os ETFs tiveram seu melhor dia desde o início de fevereiro.

No total, US$ 381,4 milhões (R$ 2,2 bilhões) de entradas foram registradas.

As maiores entradas foram no ARKB, da Ark Invest, que registrou US$ 116,1 milhões em compras. Na sequência aparecem FBTC, da Fidelity, e BITB, da Bitwise, com US$ 87,6 milhões e US$ 45,1 milhões, respectivamente.

Já o IBIT, ETF de Bitcoin da BlackRock, registrou entradas de US$ 41,6 milhões. Nenhum fundo fechou o dia com saídas.

Bitcoin sobe enquanto bolsas caem, animando investidores

Após ter passado por uma pandemia, guerras e períodos de alta inflação em diversos países, o Bitcoin enfrenta mais um teste de fogo: a guerra comercial iniciada pelos EUA.

Embora já tivesse apresentado maturidade no início do mês, a nova alta da criptomoeda está animando investidores.

Nas redes sociais, Eric Balchunas, especialista da Bloomberg em ETFs, comentou que esse desacoplamento, embora breve, é um avanço para a narrativa do Bitcoin como uma reserva de valor.

“O Bitcoin subiu bastante ontem enquanto as ações caíram, mostrando correlação negativa com ações na última semana mais ou menos, melhor do que os títulos do Tesouro (que estão instáveis de novo), embora o ouro esteja em uma categoria à parte”, escreveu Balchunas.

“Obviamente é um intervalo de tempo ridiculamente curto, mas é preciso conseguir essas pequenas vitórias se um dia quiser ser considerado uma verdadeira alternativa, na minha opinião.”

Já o índice de medo e ganância aponta que o sentimento do mercado está no neutro (47).

Como comparação, tal índice chegou a 10 no fim de fevereiro, mostrando que o mercado estava em “medo extremo”.