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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que mandou cerca de R$ 2 milhões ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para seu filho se manter nos Estados Unidos. A informação foi dada por Bolsonaro, nesta quinta-feira (5), ao sair da sede da Polícia Federal.
Bolsonaro foi convocado a depor no inquérito que apura a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. “Botei dinheiro na conta dele, bastante até, dinheiro limpo, legal, até PIX”, afirmou o ex-presidente.
Bolsonaro disse que não existe “trabalho” ou “lobby” de Eduardo nos Estados Unidos para tentar “sancionar quem quer que seja no Brasil”. Ainda sobre a presença do filho nos Estados Unidos, Bolsonaro disse que tem “orgulho” do que Eduardo tem feito.
Bolsonaro chegou à sede da PF por volta das 14h40. O depoimento estava previsto para começar às 15h. Ele deixou o local por volta das 17h.
Investigação contra Eduardo Bolsonaro
O pedido de investigação foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que vê indícios de que o ex-presidente tenha sido beneficiado diretamente pelas ações do filho. A PGR destaca que Jair Bolsonaro chegou a declarar que ajudaria a bancar a permanência de Eduardo nos EUA.
Eduardo está sob suspeita de atuar para influenciar o governo norte-americano, especialmente aliados do ex-presidente Donald Trump, a impor sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para a PGR, essa conduta pode configurar crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigações sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito. As ações, segundo o órgão, também teriam como objetivo interferir nos processos que envolvem Jair Bolsonaro.
A argumentação da Procuradoria-Geral da República é que o ex-presidente Jair Bolsonaro seria diretamente beneficiado pelas ações do filho.
Bolsonaro foi convocado a depor no inquérito que apura a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. (Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados)
Esclarecimento sobre apoio a Eduardo Bolsonaro
A PGR quer esclarecer se houve envolvimento direto ou apoio do ex-presidente nas estratégias de Eduardo para pressionar o STF. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo, autorizou a oitiva de Bolsonaro e de outras testemunhas, incluindo diplomatas brasileiros nos EUA e parlamentares como Lindbergh Farias (PT-RJ), que cobrou apuração formal da Câmara.
Em março deste ano, Eduardo Bolsonaro anunciou que tiraria licença do mandato parlamentar para morar nos Estados Unidos. Desde o fim de fevereiro, ele vive no país.
Ao justificar a mudança, Eduardo fez críticas públicas ao STF, em especial ao ministro Alexandre de Moraes, responsável por inquéritos envolvendo o ex-presidente e aliados. Em entrevistas e postagens nas redes sociais, o deputado afirmou estar trabalhando para que o governo dos EUA adote sanções contra ministros da Suprema Corte brasileira.
Segundo a PGR, essas declarações têm tom intimidatório e buscam interferir no andamento das investigações em curso no Brasil.
*Com Folhapress
Fonte: ICL Notícias