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Um grupo de brasileiros vai juntar uma coalizão formada movimentos sociais, humanitários, ativistas independentes e coletivos de solidariedade ao povo palestino para participar da Marcha Global para Gaza, uma maiores manifestações internacionalistas da história. A Marcha Global vai reunir cerca de 10 mil pessoas em uma caminhada de quase 50 km do Cairo para a fronteira com a Palestina, em Rafah.
Cinco brasileiros, três mulheres e dois homens, irão participar dessa marcha histórica em denúncia do genocídio israelense em Gaza, que já matou mais de 66.000 palestinos em pouco mais de um ano e meio. Eles fazem parte da comitiva portuguesa, composta também por integrantes da Galícia (Espanha), com mais de 40 pessoas.
Os brasileiros, junto com outras as outras 3 mil pessoas provenientes das Américas, Europa e Oceania, devem se encontrar nesta quinta-feira (12) no Cairo.om a caravana de cerca 7 mil manifestantes que partiu da Tunísia na segunda-feira (9) e reúne ativistas vindos de diversos países do Norte de África, em especial Argélia e Tunísia.
Em seguida, o comboio de ônibus, carros e caminhonetes seguirá pela estrada até outro ponto de encontro, na cidade de Al-Arish, na sexta (13). A partir de lá, a marcha caminhará a pé até as proximidades de Rafah, onde a entrada para a Faixa de Gaza está bloqueada pelas autoridades egípcias e pelo regime genocida de Israel. Os ativistas devem ficar acampados na fronteira a partir de domingo (15), quando pretendem fazer ato de protesto. Após o protesto, a marcha volta para o Cairo.
As caravanas do Norte da África são chamadas “soumoud’, que significa “firmeza” em árabe (Foto: Frame Arab Unity)
Brasileiras: indignação com genocídio em Gaza
Uma das brasileiras quye vai participar da Marcha é a advogada Andréa Haddad Gaspar, de São Paulo. Em conversa com o site da Fepal, ela explica que o movimento tem um forte caráter simbólico e pacífico e que se sentiu chamada à ação diante da imobilidade de alguns governos e da colaboração de outros no genocídio cometido por Tel Aviv.
“Como muitas pessoas que conheci desde o 7 de outubro de 2023, estou indignada com as imagens que chegam de Gaza. Me tornei uma ativista humanitária”, afirma. Essa é a primeira “missão” internacionalista de Andréa. Ela relata que a comitiva formada por portugueses, galegos e brasileiros se dividiu em diversas frentes de atuação auto-organizadas para cuidar da logística, segurança, alimentação, comunicação e entretenimento dos participantes. Como advogada, ela atua na segurança do grupo.
Já a jornalista gaúcha residente em São Paulo Gabriela Albandes Gomes participa da frente de comunicação da comitiva. Sua principal motivação para a ida à marcha é a necessidade do ativismo. “Fiquei muito abalada após o início do genocídio em Gaza”, ela. Ela passou a fazer postagens nas redes sociais e conversar pessoalmente com alguns conhecidos a respeito do genocídio, mas percebeu que mesmo pessoas de esquerda são vítimas da propaganda sionista. “É muito chocante esse nível de desinformação”, diz.
Gabriela avaliou que, apesar de denunciar o genocídio nas redes sociais e de esclarecer os seus amigos sobre a realidade em Gaza, tinha que agir mais. “Eu pensei: ‘preciso ir, isso que estou fazendo é muito pouco’”, lembra. Agora, ela quer conhecer ativistas estrangeiros para articular as ações de apoio à Palestina.
Ainda nesta quinta-feira, a organização da marcha informou que ao menos 170 participantes estão sendo ameaçados de deportação pelas autoridades egípcias. Apesar disso, a organização garante a que marcha irá continuar e que os planos continuam os mesmos. Seus advogados já estão agindo para garantir a segurança de todos os que chegam ao Cairo.
Defesa israelense ordenou bloqueio da Marcha
O Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ordenou ao exército que bloqueasse o comboio de ajuda humanitária do norte da África com destino a Gaza, rotulando os ativistas envolvidos como “manifestantes jihadistas”.
Em um comunicado divulgado na quarta-feira (10), Gallant afirmou ter instruído as forças israelenses a impedirem sua entrada em Gaza a partir do Egito: “Espero que as autoridades egípcias os impeçam de chegar à fronteira entre Egito e Israel e não permitam que realizem provocações e tentem entrar em Gaza”, acrescentou.
Fonte: ICL Notícias