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Recorrer ao Google ou a ferramentas de inteligência artificial para tentar entender um sintoma ou diagnóstico se tornou um hábito comum, mas está longe de ser inofensivo. Médicos e pesquisadores alertam que essa prática pode gerar dados incorretos, atrasar tratamentos e até provocar crises de ansiedade, especialmente em pessoas mais vulneráveis emocionalmente.
Um estudo do Instituto de Tecnologia de Illinois, nos Estados Unidos, mostra que plataformas como o ChatGPT podem fornecer respostas imprecisas ou sem respaldo científico. Esse fenômeno é conhecido como “alucinação”, quando a IA produz informações incorretas ao tentar completar um raciocínio.
No caso das buscas no Google, o risco é diferente, mas igualmente problemático. A ferramenta oferece uma vasta gama de resultados e diagnósticos, que podem variar desde causas simples até doenças graves, sem qualquer filtro clínico.
Werlley Januzzi, diretor do Pronto-Socorro do Hospital do Servidor Público Estadual, ressalta que tanto as inteligências artificiais quanto os buscadores não são capazes de substituir o julgamento clínico de um profissional. “Ao ser informado de que seu sintoma não é preocupante, o paciente pode negligenciar o problema, que pode, sim, ser grave”, disse Januzzi ao G1.
Outro problema destacado pelos especialistas é o risco de as respostas levarem o paciente a subestimar ou superestimar um problema. Ao receber uma resposta indicando que seu sintoma não é grave, o usuário pode deixar de procurar ajuda médica para algo que, na verdade, requer cuidado. O oposto também é verdadeiro: ao interpretar como grave um problema simples, pode-se gerar ansiedade, estresse e até somatização de sintomas.
Buscar diagnósticos na internet ou na inteligência artificial pode ser um grande risco para as pessoas (Foto: Reprodução)
IA aliada na hora certa
Apesar dos riscos, os especialistas reforçam que a internet pode ser uma aliada, desde que usada com responsabilidade. Ela pode ajudar a entender melhor diagnósticos e tratamentos já feitos por um profissional.
Médicos, inclusive, utilizam ferramentas de IA para otimizar a leitura de artigos científicos e apoiar sua tomada de decisão, sempre com respaldo técnico.
A recomendação é clara: qualquer informação encontrada na internet deve ser discutida com o médico. A busca online não substitui, em nenhuma hipótese, a consulta e o diagnóstico presencial. “Se descobrir algo durante a pesquisa, leve esse resultado para o médico. Debata com ele, veja se faz sentido. O que não pode é achar que respostas da internet que forem de encontro às do médico estão erradas.”
Veja como usar corretamente os recursos online
- Não faça autodiagnóstico pela internet.
- Não confie cegamente nas respostas da IA
- Diagnóstico envolve julgamento clínico
- A internet pode ser gatilho para crises de ansiedade
- O risco de subestimar ou superestimar sintomas é real
- Use a internet com responsabilidade e senso crítico
- Discuta o que encontrar online com seu médico
- Busque sempre fontes oficiais e confiáveis
Fonte: ICL Notícias