Os dez clubes que irão disputar o Campeonato Amazonense Masculino Série A 2024 serão obrigados a montar uma equipe também no Campeonato Amazonense Feminino do mesmo ano. A informação foi divulgada pela Federação Amazonense de Futebol (FAF) na última segunda-feira e dividiu opiniões entre os clubes da primeira divisão.
Segundo o diretor do RPE Parintins, Luis Cláudio, o Tourão, no momento, não tem condições financeiras suficientes para montar uma equipe feminina.
“Desde sua fundação, o Parintins tem o planejamento de ter base e feminino, mas ainda não conseguimos captar patrocinadores para isso. Ainda não definimos se vamos disputar ou não, mas nossa prioridade agora é definir o masculino e garantir um bom campeonato”, disse.
Vale destacar que, caso, algum dos clubes desista de disputar o Estadual Feminino, eles deixarão de receber 20% das verbas de patrocínios e convênios de qualquer natureza. Tal percentual descontado será destinado e dividido entre os clubes que disputarem a competição feminina.
De técnico a coordenador
Pensando nesta situação de patrocínio, o Sidney Bento, técnico do time profissional do Rio Negro, também assume o futebol feminino do Galo.
“Na realidade, sempre buscamos participar do feminino. Não participamos este ano por questões financeiras. Para 2024, voltaremos com o Sub-18 e Sub-20 e com o feminino. A coordenação técnica ficará com o Sidney Bento, que além do técnico profissional, coordenará todas as atividades do futebol dentro do clube, incluindo o feminino”, revelou o presidente do Barriga Preta, Jefferson Oliveira.
Utilizar o que tem
Já o estreante da elite do Barezão no ano que vem, o Unidos do Alvorada pretende migrar as meninas do futsal, que representam o clube em competições no bairro, para compor o time do campo.
“Unidos do Alvorada participa de alguns campeonatos de bairros de futsal feminino através do trabalho do nosso treinador Diego Maradona. Com isso, vamos garimpar através do futsal para compor o nosso elenco em 2024 e fazer essa migração do futsal para o campo. Pretendemos trazer algumas atletas de campo com experiência para encorpar o time feminino”, comentou o diretor do time Heverton Oliveira.
Sem definição
O Operário de Manacapuru está analisando como irão proceder com a obrigação.
”Estamos em semana de reunião para planejamento. Apenas após essas reuniões poderemos dar uma visão de como iremos proceder”, afirmou o mandatário do Sapão da Terra Preta, Félix Coelho.
Prazo mais curto
Em setembro de 2016, a Conmebol – entidade máxima do futebol sul-americano – estipulou às equipes que disputarem a Copa Sul-Americana ou a Libertadores a obrigação de ter um time de futebol feminino. Contudo, a entidade deu um prazo de dois anos para os clubes se adequarem às regras de licenciamento, ou seja, a regra passaria a valer a partir de 2019.
Em nível nacional, no início do ano, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, falou que pretende que times de todas as quatro divisões do Campeonato Brasileiro tenham um time feminino.
“Hoje, na Série A (do Brasileiro), é obrigatório ter o futebol feminino, mas será estendido para as Séries B, C e D. Em 2027, o time que for jogar a Série D (do Brasileiro), terá futebol feminino. São 64 clubes que vão praticar o futebol feminino. Queremos que cresça em todo o Brasil, e não só em determinada região”, disse durante o sorteio da Copa do Brasil no início do ano.
Em contrapartida, faltando dois meses para o fim do ano, a FAF estipulou que os clubes se adaptem já para a temporada de 2024.
O Portal R6 News entrou em contato com a Federação Amazonense de Futebol (FAF) para esclarecer sobre os prazos, mas não obteve resposta.
O Campeonato Amazonense Feminino de 2023 contou com cinco times: 3B, Tarumã, JC, Recanto da Criança e Clipper, nenhum deles jogou a Série A do Amazonense masculino. Vale destacar que a CBF reconhece somente as competições estaduais com a participação mínima de seis clubes, destes quatro profissionais que estejam na 1ª divisão do estadual masculino.
Um exemplo aconteceu em Rondônia. Devido à desistência da equipe do Barcelona de Vilhena no estadual de 2022, o estado perdeu a vaga no Campeonato Brasileiro Feminino Série A3 em 2023. A vaga acabou sendo herdada pelo Tarumã.