As agressões ocorreram durante a eleição que definiu o retorno de Yara Lins à presidência do TCE-AM.
Primeira mulher a assumir o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) há seis anos, a conselheira Yara Lins denunciou, nesta sexta-feira (6), que sofreu agressão de um colega durante a eleição que definiu o retornou dela à presidência do órgão. Segundo Yara, um colega conselheiro a chamou de “safada” e “cachorra”.
Nesta sexta-feira, a conselheira convidou os jornalistas para um coletiva, na Delegacia Geral do Amazonas, onde denunciou o caso à Polícia Civil. “Eu agradeço a imprensa que está aqui, convoquei essa coletiva. Eu sou a conselheira Yara Lins, mas neste momento não está a conselheira e sim uma mulher”, disse.
Há seis anos, Yara Lins, de 66 anos, foi a primeira mulher a assumir a presidência do Tribunal de Contas do Amazonas. Na terça-feira (3), ela foi eleita, por 5 votos a 2, para voltar ao comando da Corte pelos próximos dois anos (biênio 2024-2025).
Nesta sexta, a conselheira afirmou que sofreu misoginia durante a votação que definiu o retorno dela à presidência do órgão. “Fui cumprimentar o conselheiro Ari com um “bom dia”, e ele me respondeu, ‘bom dia nada sua safada, cachorra’, e me ameaçou”, disse.
Yara se refere ao conselheiro Ari Moutinho, que é um dos membros do TCE-AM, que ainda não se manifestou sobre o assunto.
De acordo com a conselheira, depois de sofrer as agressões verbais, ela ficou paralisada. “E passei a mão no rosto dele e disse: “você é um infeliz, por isso sofre tanto””, afirmou.
Única mulher conselheira, Yara Lins disse que relutou em fazer a denúncia. “Mas eu não poderia me acovardar”, enfatizou.
Em nota, o atual presidente do TCE-AM, Érico Desterro, disse que não estava presente na sessão que elegeu Yara Lins. Ele destacou, ainda, que não recebeu comunicação ou solicitação sobre o assunto. “Igualmente, não foi previamente informado sobre a entrevista coletiva concedida na data de hoje”, diz a nota.