O preço do ouro, que viu uma valorização impressionante de 20% desde a eleição presidencial dos Estados Unidos, em novembro de 2024, começa a dar sinais de correção após alcançar um recorde histórico de US$ 3.500 a onça em abril deste ano. O movimento do mês passado ocorreu diante dos temores do mercado com a política tarifária de Donald Trump, que mexeu com o dólar e os títulos do Tesouro norte-americano.

Atualmente cotado a US$ 3.183, o ouro perdeu 9% de seu valor após acordos de tarifas entre os EUA e o Reino Unido, bem como com a China, sinalizando uma desaceleração no impulso de alta.

O ouro tem sido tradicionalmente um porto seguro para os investidores em tempos de incerteza. Durante a pandemia de Covid-19 e, posteriormente, com a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia, os grandes bancos centrais do mundo aumentaram suas compras de ouro, com destaque para o último trimestre de 2024, quando as aquisições globais aumentaram 54%, atingindo 333 toneladas, de acordo com o World Gold Council (WGC).

Incertezas rondam o mercado de ouro

Entretanto, o panorama parece estar mudando. Com os acordos comerciais recentes e a possibilidade de negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, as incertezas que impulsionaram a corrida ao ouro começam a diminuir.

Esse alívio no risco global gerou uma queda expressiva de 3% no preço do metal, levando investidores a reavaliar suas posições.

Apesar disso, alguns especialistas consideram a queda apenas uma correção de rota do valor excessivamente inflacionado. Por essa razão, a previsão para o curto prazo não é de grandes altas, mas de estabilidade e possíveis quedas leves.

Investidores que almejavam lucros rápidos podem agora considerar a venda de suas posições, principalmente se já tiverem registrado ganhos expressivos. Contudo, quem ainda não obteve retorno satisfatório pode optar por esperar, visto que o cenário econômico global continua volátil.

A redução das tarifas comerciais entre EUA e China, por exemplo, pode levar a uma desaceleração no valor do ouro, mas o impacto das tarifas ainda elevadas nos produtos dos dois países pode manter o metal valioso em tempos de incerteza econômica.

Portanto, o mercado de ouro parece estar se ajustando após um início de ano explosivo, e a tendência é de uma correção no preço no curto prazo, com previsões de estabilidade, ao invés de novas altas precipitadas. Para os investidores que já apostaram no ativo, o momento pode ser favorável para realizar lucros.