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Estados Unidos e China voltam à mesa de negociações nesta segunda-feira (9), em Londres, com o objetivo de reduzir as tensões comerciais que se intensificaram nos últimos meses, especialmente em torno de minerais estratégicos e tecnologias sensíveis. A retomada do diálogo ocorre após um telefonema entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, que sinalizou uma tentativa de reaproximação após semanas de impasse.
O centro das discussões será o fluxo de exportação das chamadas terras-raras — insumos essenciais para a produção de veículos elétricos, equipamentos eletrônicos e sistemas de defesa — e as restrições comerciais mútuas que envolveram setores estratégicos, como inteligência artificial, semicondutores e educação.
O encontro em Londres, liderado pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-premiê chinês, He Lifeng, visa retomar os termos de um acordo firmado em Genebra, em maio, que previa a redução temporária de tarifas superiores a 100%. O acordo, no entanto, rapidamente perdeu tração após acusações mútuas de descumprimento.
No fim de semana, Pequim anunciou ter aprovado pedidos de exportação de terras-raras, em gesto interpretado como uma tentativa de distensionar o ambiente antes da reunião.
Segundo fontes, licenças temporárias foram concedidas a fornecedores ligados às principais montadoras dos EUA. A Casa Branca, por sua vez, indicou disposição para revisar restrições à exportação de tecnologia, dependendo do andamento das negociações.
Cenário entre China e EUA permanece incerto
Apesar da melhora no tom diplomático, analistas alertam que o cenário permanece incerto. A suspensão das tarifas adicionais por parte dos EUA termina em agosto, e Trump já afirmou que poderá restaurar os impostos ao patamar inicial caso não haja avanços.
Internamente, tanto EUA quanto China enfrentam pressões: enquanto Trump tenta demonstrar firmeza, Xi lida com sinais de fragilidade econômica, como deflação e desemprego em alta.
A agência estatal chinesa Xinhua criticou os EUA por politizarem questões econômicas, mas reconheceu o espaço para cooperação. A publicação destacou que “a essência das relações comerciais entre China e EUA é o benefício mútuo”, ainda que barreiras ideológicas e estratégicas dificultem progressos imediatos.
Especialistas avaliam que a reunião em Londres tem menos margem para resultados concretos do que a de Genebra.
Pontos-chave da reunião entre EUA e China:
- Tema central: Redução de tarifas e retomada das exportações de terras-raras.
- Contexto: Reação ao descumprimento de um acordo fechado em maio, em Genebra.
- Acordos em jogo: Suspensão das tarifas norte-americanas termina em agosto.
- Sinal positivo: China aprovou licenças temporárias de exportação no fim de semana.
- Tensões persistem: EUA mantêm restrições sobre tecnologia, e China reage com críticas.
- Impacto econômico: Problemas internos na China aumentam pressão por acordo.
- Expectativa: Avanços devem ser lentos, com poucos resultados imediatos.
Fonte: ICL Notícias