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Após dois dias de negociações em Londres, representantes dos Estados Unidos e da China anunciaram na terça-feira (10) um princípio de acordo para restabelecer a trégua na guerra comercial que envolve as duas maiores economias do planeta. A nova estrutura de entendimento será submetida à aprovação dos presidentes Donald Trump e Xi Jinping nos próximos dias.
Segundo o vice-ministro do Comércio da China, Li Chenggang, e o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, o consenso atual combina os avanços obtidos na reunião anterior em Genebra, no dia 12 de maio, com os compromissos alinhados na conversa telefônica entre os dois chefes de Estado em 5 de junho. Os detalhes do acordo não foram divulgados.
“O objetivo é remover a negatividade. Essa estrutura representa um primeiro passo”, disse Lutnick, acrescentando que o pacto busca ampliar o comércio bilateral e resolver impasses em torno de insumos estratégicos como terras raras e ímãs — cruciais para a indústria tecnológica e de defesa dos EUA.
Histórico de tensões entre China e EUA
As disputas comerciais entre Washington e Pequim se intensificaram em abril, quando Trump anunciou um pacote de tarifas de até 145% sobre produtos chineses. Em retaliação, a China elevou suas próprias tarifas, escalando rapidamente a guerra tarifária. A tensão só começou a ceder com o acordo temporário assinado em Genebra em maio, que estabeleceu uma trégua de 90 dias para negociações.
Entretanto, nas semanas seguintes, os EUA acusaram a China de não cumprir os compromissos assumidos, especialmente no tocante à exportação de terras raras — metais fundamentais para baterias de veículos elétricos, chips e outros produtos tecnológicos. A China rebateu as críticas e defendeu sua postura como séria e cooperativa.
A recente conversa entre Trump e Xi, realizada no dia 5 de junho, foi descrita por ambos os lados como positiva. Xi enfatizou a necessidade de respeito mútuo e cooperação, enquanto Trump classificou o diálogo como decisivo para superar “complexidades” do processo negocial.
Apesar da retomada do diálogo, o clima entre os dois países segue volátil. No início de junho, Trump chegou a dizer que “gosta” de Xi, mas ressaltou que o presidente chinês é “extremamente difícil de negociar”.
A nova tentativa de acordo surge como um esforço para estabilizar as relações bilaterais e dar previsibilidade aos mercados globais.
Fonte: ICL Notícias