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A fuga da deputada Carla Zambelli (PL-SP), anunciada em uma entrevista e confirmada pelo advogado da parlamentar na manhã desta terça-feira (3), ocorreu após ela ter arrecadado cerca de R$ 166 mil em doações para supostamente arcar com multas judiciais que foi condenada a pagar. Os pedidos de “ajuda financeira” foram feitos pela própria deputada nas redes sociais. Carla foi condenada a dez anos de prisão pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
No julgamento, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) determinaram que Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto, também condenado no caso, paguem uma indenização no valor de R$ 2 milhões. Além disso, os magistrados estabeleceram também a perda de mandato da deputada.
Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto.
Após a condenação, Zambelli foi às redes sociais pedir doações. “Hoje, venho aqui com o coração apertado, mas com coragem para enfrentar multas milionárias, mesmo sem ter cometido crime, por lutar pelas liberdades que acredito. Antes mesmo do fim do processo, a Justiça já pode exigir esse pagamento — e eu não tenho como arcar sozinha com isso”, escreveu Zambelli
“Não está fácil a minha situação. Eu vivo com o meu salário de deputada, que não é baixo, mas que com essa quantidade de multas fica impossível. Preciso levantar recursos para poder pagar as multas no TSE, para pedir tranquilamente a suspensão do meu processo. Quero pedir a sua ajuda. O quanto você puder ajudar”, pediu Zambelli a seus seguidores.
Agora, após ter arrecadado cerca de R$ 166 mil, a parlamentar saiu do Brasil. Ela diz que vai se licenciar do mandato e não se sabe para onde foi. “Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias, eu vim a princípio buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e agora eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo. Tem essa possibilidade da constituição, acho que as pessoas conhecem um pouco mais essa possibilidade hoje em dia porque foi o que o Eduardo [Bolsonaro] fez também “, disse em live.
Julgamento de Carla Zambelli no STF
Em março, o plenário do STF formou maioria para condenar a parlamentar pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. Na véspera do segundo turno em 2022, Zambelli empunhou uma arma de fogo e perseguiu um homem na região dos Jardins, em São Paulo.
Carla foi condenada a dez anos de prisão pela invasão aos sistemas do CNJ. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)
A pena fixada pelo relator do processo, ministro Gilmar Mendes, foi de 5 anos e três meses de prisão. Mesmo com a maioria formada, o ministro Nunes Marques pediu mais tempo para análise do caso, adiando assim sua conclusão.
Fonte: ICL Notícias