O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) passou a noite desta quinta-feira (10) dormindo no chão do plenário 5 da Câmara dos Deputados. Horas antes, Glauber havia sido julgado no mesmo lugar pelo Conselho de Ética da Casa, que aprovou a sua cassação por 13 votos a cinco.
Em nota divulgada na manhã desta quinta-feira (10), o deputado afirmou que já está há 30 horas sem comer como forma de protesto à sua cassação, e reforçou que é alvo de uma “articulação golpista” promovida pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Glauber ainda afirmou que vai permanecer no local, onde também irá dormir novamente. O deputado está recebendo acompanhamento médico e passa bem: “Estou bem. Estou firme”. Na manhã da quinta-feira (10), o deputado ingeriu dois copos de isotônico, além de água. Glauber irá tomar banho na própria Câmara durante o período em que estiver em protesto.
Às 12h está marcado um Ato Ecumênico no plenário 5, onde lideranças partidárias e apoiadores estarão presentes para prestar solidariedade. Como gesto de apoio, a deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP), de 90 anos, anunciou que também vai aderir à greve de fome do colega de partido.
A deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) adere à greve de fome contra a cassação de Glauber Braga
Cassação de Glauber
A representação contra Glauber Braga foi apresentada no Conselho de Ética pelo partido Novo, que o acusa de quebra de decoro parlamentar por ter empurrado e expulsado um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) do Congresso Nacional durante uma confusão em 2024. Na ocasião, o parlamentar chegou a chutar o homem.
O deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), relator do processo, já tinha recomendado a cassação do psolista na semana passada, mas a votação foi adiada devido a um pedido de vista do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). Na leitura, Magalhães afirmou que Glauber “extrapolou dos direitos inerentes ao mandato, abusando, assim, das prerrogativas que possui”.
A votação agora segue passa Plenário, onde a cassação precisa ser aprovada por pelo menos 257 deputados. Ainda cabe recurso à Comissão de Constituição e Justiça.
Fonte: ICL Notícias