Por Paulo Eduardo Dias

(Folhapress) – A perícia realizada no corpo do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, 35, encontrado dentro de um buraco no autódromo de Interlagos, encontrou lesões no pulmão compatíveis com condições de asfixia.

De acordo com o laudo pericial, foi encontrada uma discreta hemorragia recente no pulmão. O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) recebeu nesta terça-feira (17) resultados dos exames feitos pelo Instituto de Criminalística no corpo de Adalberto a fim de aponta a causa da morte do empresário.

O resultado foi primeiro noticiado pelo SBT e confirmado pela Folha de S.Paulo, que teve acesso ao documento.

A indicação da perícia que morte pode ter sido causada por asfixia fez com a Polícia Civil passasse a investigar o caso como assassinato. Antes, o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) evitava descartar hipóteses.

Adalberto dos Santos Junior durante o evento em Interlagos — Foto: Arquivo pessoal

O exame toxicológico recebido pelo DHPP nesta quarta não constatou a presença de álcool ou drogas no sangue de Adalberto, como informado pela Folha de S.Paulo no último dia 13.

O teste é realizado por meio de sangue, urina, conteúdo gástrico e, em alguns casos, com líquido coletado atrás dos olhos.

Os achados divergem do depoimento de Rafael Albertino Aliste, 42, amigo de Junior que esteve com o empresário durante a tarde e início da noite de 30 de maio, data do desaparecimento, em um evento de moto em Interlagos.

Buraco no autódromo de Interlagos

Segundo a polícia, Aliste disse que ambos beberam e fumaram maconha no evento que acontecia no autódromo. A fala ocorreu em depoimento para a policiais quando o empresário ainda estava desaparecido. Por ora, a polícia descarta qualquer envolvimento do amigo no crime.

O empresário do ramo de óticas desapareceu após ir a um evento de motos em Interlagos no dia 30. O carro dele foi localizado por familiares em um estacionamento no interior do autódromo na manhã do dia 31.

Cerca de 180 seguranças atuaram no evento de motos em que Junior esteve. Seguranças e supervisores já prestaram depoimento. Uma das hipóteses da polícia é que Junior pode ter sido agredido por um segurança.

O exame anatomopatológico não encontrou lesões na traqueia de Junior que o pudessem levar a morte. Os laudos também não descrevem como o empresário morreu, se por exemplo, com uma gravata ou por alguma pressão no tórax. O corpo não tinha fraturas, apenas uma lesão superficial na pele na altura do joelho, uma espécie de arranhão.

Os laudos também não identificaram espermas pelo corpo do empresário.