O senador Fabiano Contarato (PT-ES) e o deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) discutiram, nesta sexta-feira (11), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se a ida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Câmara facilita a tramitação do projeto de lei que visa anistiar os condenados aos ataques de 8 de janeiro.
O ex-chefe do Executivo e o presidente da Casa Legislativa, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniram na última quarta-feira (9) para debater a medida.
O encontro serviu como uma tentativa do ex-presidente de sensibilizar Hugo a pautar o projeto. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), informou que já obteve as 257 assinaturas necessárias para que a proposta tramite em regime de urgência.
Sanderson acredita que o protagonismo do projeto não está voltado para o ex-presidente.
“Ele é um dos atores envolvidos nesse processo todo. Eu diria que o protagonismo está no parlamento brasileiro, no Congresso Nacional, Câmara e Senado”, disse Sanderson.
“É bom lembrar que a questão da anistia chegou no parlamento brasileiro porque a Suprema Corte brasileira, ministros do STF, exageraram demais nas decisões, nas sentenças. A diferença entre o remédio e o veneno é a dose”, continuou, lembrando que “o presidente Bolsonaro não é sujeito dessa anistia”.
“A anistia vem em um momento ideal, vai apaziguar os ânimos. É um instrumento constitucional que vai pacificar o Brasil, tenho certeza”, concluiu o deputado do PL.
Já Contarato defende que a ida de Bolsonaro à Câmara não ajuda na tramitação do projeto.
“A ida dele não ajuda, pelo contrário. Nós temos um histórico muito ruim da participação do ex-presidente Bolsonaro no que tange à ataques às instituições”, disse Contarato.
“Ele atacou sistematicamente os meios de comunicação social. Ele deu uma demonstração de que não sabe viver em uma democracia. Ele estimulou o que aconteceu no dia 8”, prosseguiu o senador.
“O presidente Bolsonaro se tornou réu por atentar contra nossa democracia. Nós já passamos por um período ditatorial e sabemos o que é isso. Qual é o sinal que nós vamos dar para a população e para a democracia quando a gente acena pela anistia?”, concluiu.
Fonte: CNN Brasil