O Bitcoin pode superar o ouro ainda em 2025, segundo analistas do JP Morgan. Conforme relatório divulgado nesta semana, o banco afirmou que o maior ativo digital do mundo segue impulsionado por fatores específicos do mercado cripto, como a adoção institucional crescente, a consolidação dos ETFs e a expansão do mercado de derivativos.

Com o Bitcoin sendo negociado próximo de US$ 104 mil — 5% abaixo de sua máxima histórica — os especialistas do JP Morgan acreditam que investidores estão migrando novamente para ativos de risco.

“Esperamos que o jogo de soma zero entre ouro e Bitcoin no acumulado do ano se estenda pelo resto do ano, mas estamos tendenciosos em direção a catalisadores específicos de criptomoedas que criem mais potencial de valorização para o Bitcoin em relação ao ouro no segundo semestre do ano”, disseram os analistas liderados por Nikolaos Panigirtzoglou.

Enquanto isso, o ouro recuou cerca de 9% desde seu pico em abril, sendo negociado a US$ 3.230 no momento em que este artigo é escrito, após ter alcançado US$ 3.500.

A queda reforça o contraste com o desempenho do BTC, que subiu 17% no mesmo período.

Mercado cripto amadurece com aquisições e licenças

O relatório liderado por Nikolaos Panigirtzoglou afirma que o ambiente para derivativos de criptomoedas está se tornando mais robusto e seguro, o que aumenta a confiança de investidores tradicionais.

Exemplo disso foram as recentes aquisições de peso no setor: a Coinbase comprou a Deribit, a Kraken adquiriu a plataforma NinjaTrader, enquanto a Gemini recebeu autorização para oferecer derivativos na Europa.

Essas aquisições indicam, segundo o JP Morgan, que o ecossistema de derivativos cripto está amadurecendo e passando a operar sob regras mais claras nos EUA e na União Europeia.

Com isso, cresce a expectativa de entrada de novos investidores institucionais que antes evitavam o setor por falta de regulação.

ETFs de Bitcoin lideram entrada de capital

Outro dado que reforça a tese do banco é a performance dos ETFs. Desde dezembro de 2024, os fundos baseados em Bitcoin têm recebido mais capital do que os ETFs de ouro, de acordo com a K33 Research.

Essa tendência continua em 2025, e confirma que o interesse institucional pelo Bitcoin não é passageiro.

Por fim, os analistas do JP Morgan acreditam que a “disputa de fluxo” entre ouro e Bitcoin deve continuar ao longo do ano, mas com viés favorável à criptomoeda.

Entre eles, estão leis que permitem que estados e empresas adicionem BTC às suas reservas e o crescimento do uso do Bitcoin como ativo de tesouraria por grandes corporações.

Com o mercado de derivativos ganhando maturidade e os fluxos institucionais se intensificando, o Bitcoin pode estar pavimentando um caminho sólido para superar o ouro de forma definitiva como reserva de valor preferida na nova era digital.