O juiz Gabriel Zago de Paiva, da 16ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal, deu dez dias para que a União explique os gastos com o show da cantora Roberta Sá, em um evento na França, na semana passada. A apresentação ocorreu durante um jantar oferecido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A ação, proposta pelo deputado federal André Fernandes (PL-CE), solicita que a União se abstenha de pagar qualquer valor referente ao contrato e que o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) sejam acionados para promover auditoria na contratação.

O juiz não concedeu a liminar para suspender o pagamento. “Faz-se necessário melhor esclarecimento dos fatos para a formação do convencimento deste juízo. Dessa forma, postergo a análise do pedido de tutela de urgência para após a realização do contraditório mínimo”, escreveu o juiz.

A CNN entrou em contato com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) e aguarda posicionamento.

Show

Coube ao Ministério da Cultura contratar a cantora potiguar Roberta Sá ao custo de R$ 168 mil.

“Contratação de serviços comuns da artista Roberta Varella de Sá para apresentação musical ao vivo, durante o jantar de estado oferecido pelo presidente da França em homenagem ao presidente da República”, diz o extrato de contratação publicado no Diário Oficial da União (DOU).

À CNN, o Ministério da Cultura informou que a apresentação da cantora Roberta Sá é apenas parte de toda uma extensa programação que celebra os 200 anos das relações diplomáticas entre Brasil e França. Segundo a pasta, o valor do contrato refere-se ao chamado “cachê colado” — que contempla 100% dos custos (logística, estadia, equipe)”, explica.

“A Temporada Cultural Brasil-França 2025 promove mais de 300 eventos em 50 cidades francesas, de abril a setembro. Esta etapa será seguida por uma programação francesa no Brasil, entre agosto e dezembro. Organizada pelo Ministério da Cultura (MinC) e pelo Itamaraty, a Temporada inclui artes visuais, dança, música, gastronomia e outras expressões”, completa a nota do ministério.