Um demonstrativo enviado pelo IMMU à Rede Amazônica indica as 10 vias com maior número de vítimas de trânsito no ano de 2022. Avenidas com grande fluxo de veículos lideram o ranking.

As 10 Avenidas mais perigosas de Manaus em 2022:

1. Avenida Cosme Ferreira: 15 mortes
2. Avenida Governador José Lindoso: 12 mortes
3. Avenida Autaz Mirim – 8 mortes
4. Avenida Torquato Tapajós – 8 mortes
5. Avenida Coronel Teixeira – 6 mortes
6. Avenida do Turismo – 6 mortes
7. Avenida Constantino Nery – 5 mortes
8. Avenida Curaçao – 5 mortes
9. Avenida das Flores – 5 mortes
10. Avenida Rodrigo Otávio – 5 mortes

Em 2022, Manaus registrou 260 mortes no trânsito. Nas 10 avenidas mais perigosa, foram 75 vítimas, enquanto nas demais vias da capital amazonense, 185 pessoas morreram.

O portal pediu os dados de 2023 para comparação. No entanto, o IMMU enviou apenas os números das cinco avenidas mais perigosas. A Avenida Cosme Ferreira e Avenida das Torres seguem liderando a lista:

As 5 avenidas mais perigosas de Manaus em 2023:

1. Cosme Ferreira – 12 mortes
2. Avenida das Toirres – 12 mortes
3. Torquato Tapajós – 10 mortes
4. Rodrigo Otávio – 8 mortes
5. Autaz Mirim – 7 mortes

Colisões entre veículos lideram o número de acidentes em Manaus. Em 2022, foram 74 batidas. Em 2023, o número subiu para 81.

Os motociclistas são as principais vítimas do trânsito em Manaus. Enquanto em 2022, 76 motociclistas morreram, em 2023, o número subiu para 90.

Veja as principais causas de mortes no trânsito em 2023:

1. Colisão: 81 vítimas
2. Atropelamento: 50 vítimas
3. Choque: 19 vítimas
4. Queda: 16 vítimas
5. Não informado: 7 vítimas
6. Capotamento: 1 vítima

Atropelamentos são a segunda maior causa de mortes no trânsito em Manaus. Somente em 2023, 50 pessoas morreram atropeladas nas ruas da capital. Em 2022, foram 64 casos.

Os pedestres aparecem atrás dos motociclistas em número de mortes no trânsito de Manaus. Neste ano, 51 pedestres morreram; ano passado, foram 64 óbitos.

Na Avenida Cosme Ferreira e Avenida das Torres, a reclamação dos pedestres é sempre a mesma: a falta de segurança na travessia.

Segundo relatos dos pedestres, o risco é alto, mesmo na faixa de pedestre.

A aposentada Geralda Alves Cardoso, de 76 anos, contou ao portal  que o medo de atravessar a segunda via mais perigosa de Manaus cresceu ainda mais depois que a filha dela foi atropelada.

De acordo com a aposentada, o acidente aconteceu no fim de 2022. Geralda, que mora no conjunto Boas Novas, Cidade Nova, Zona Norte, contou que a filha foi buscar a neta da aposentada na escola. Quando ela atravessava a avenida, um motociclista a atropelou na faixa de pedestre.

“A minha filha foi atravessar para pegar minha neta na escola e a moto jogou ela longe. Fez um ano e até hoje ela tem as sequelas. E na mesma semana, teve mais dois acidentes aqui na Avenida das Torres. Eu acho que ela é muito complicada essa avenida, muito violenta. Carro passa, não respeita ninguém. Eu acho que tem que ter mais faixas de pedestres”, sugeriu a aposentada.

O medo também é grande para quem enfrenta a avenida mais perigosa de Manaus por dois anos seguidos: a Cosme Ferreira.

O autônomo Fábio Nery mora nas proximidades da via e precisa atravessá-la diariamente. Segundo ele, o desrespeito à faixa de pedestre é o principal problema da Avenida Cosme Ferreira.

“A travessia aqui é perigosa, com faixa ou sem faixa. Os motoristas não respeitam as faixas. Embora tenha o sinal lá, aqui é onde o pessoal mais atravessa. Então, que tivesse um sinal para o pessoal atravessar, invés de apenas a faixa! O condutor não respeita; para ele, tanto faz. Acho que, por isso, que tem tanto acidente. É perigoso tanto para o pedestre quanto para outros condutores”, disse.

Fábio se referiu ao trecho em frente ao Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, na Zona Leste, onde há faixas de pedestres e semáforos.

O problema também foi citado pela doméstica Raimunda Sombra, de 61 anos, que, no momento, precisa atravessar a Cosme Ferreira para chegar ao hospital, onde o marido está internado.

Ir de um lado ao outro da via é um desafio. Insegura até na faixa de pedestres, Raimunda pediu uma solução das autoridades.

“É muito perigoso. Até nas faixas a gente corre risco de vida, porque eles não respeitam a pessoa. É muito perigoso para nós. Que as autoridades façam alguma coisa e mudem alguma algo aqui, já que é a mais perigosa”, apontou Raimunda.

O portal procurou o IMMU para saber se o instituto tem planos para deixar as avenidas mais perigosas de Manaus seguras para os pedestres, com a instalação de novas faixas, passarelas e semáforos. Até a publicação desta matéria, o órgão não respondeu os questionamentos.

Com o alto número de mortes provocadas por acidentes nas vias da capital, Rafael Cordeiro, especialista em trânsito, disse ao portal que a fiscalização eletrônica é a principal forma de diminuir o índice na cidade.

Segundo o especialista, muitos condutores dirigem com velocidade acima do limite permitido, por saberem que não serão penalizados. Com a instalação de fiscalização eletrônica, o número de mortes tende a cair, de acordo com ele.

“Ao saber que não será penalizado ou fiscalizado, muitos condutores acabam excedendo a velocidade estabelecida para determinada via e, com isso, surgem os acidentes de trânsito e, quanto maior a velocidade, maior a gravidade daqueles que se envolvem”, disse.

Nesta semana, o IMMU afirmou que vai retomar as operações dos radares de fiscalização eletrônica de velocidade nas ruas de Manaus. No entanto, o processo está em fase de licitação e não há previsão para o início das operações.