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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, mentiu em seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da tentativa de golpe de Estado. É isso que mostra a reportagem publicada no site da revista Veja nesta quinta-feira (12). O veículo teve acesso a troca de mensagens de Cid, já na condição de delator, através de uma conta do Instagram, em que ele revela detalhes dos seus depoimentos.
Com acordo de delação premiada e, em troca de benefícios, Cid ajudoiu a Polícia Federal a esclarecer o plano para subverter as instituições democráticas. Os diálogos mostrados na revista, no entanto, mostram que ele quebrou uma série de condições: se comprometeu a falar a verdade, a não revelar o que relatou às autoridades, não ter contato com outros investigados e nem usar redes sociais.
“Antes do início do interrogatório, Cid foi advertido [pelo ministro do STF Alenxandre de] Moraes sobre a obrigação de falar apenas a verdade. Ao afirmar, na sequência, que não usou a rede social [em resposta ao advogado de Bolsonaro], ele mentiu”, diz Veja.
Delação de Cid pode ser anulada
No interrogatório, o advogado de Bolsonaro Celso Vilardi perguntou a Mauro Cid se ele havia usado um perfil de terceiro nas redes sociais para se comunicar com alguém. O tenente-coronel disse que não, mas a revista Veja obteve uma série de conversas que mostram que revelou a terceiros o teor dos depoimentos usando a conta de sua esposa no Instagram.
Cid revela, por exemplo, de pressões das aturoidades. Ele relata que o delegado responsável pelo inquérito tentava manipular suas declarações e diz que Moraes já teria decidido condenar alguns réus antes mesmo do julgamento.
A revista assinala que “essas confidências, em tese, podem resultar na anulação do acordo de colaboração e, por consequência, na revisão dos benefícios dados ao tenente-coronel”.
Fonte: ICL Notícias