O mercados globais começam a segunda-feira (9) sem direção única, refletindo a cautela dos investidores diante da expectativa de um avanço nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

Autoridades dos dois países se reúnem em Londres, dias após um telefonema entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping sinalizar uma possível reaproximação. O foco está na tentativa de aliviar tensões envolvendo tarifas, tecnologia de ponta e minerais de terras raras, temas centrais do impasse entre as duas potências.

O encontro ocorre num momento em que ambos os lados se acusam de violar compromissos assumidos em Genebra, em maio, quando acordaram uma redução temporária nas tarifas bilaterais, que haviam ultrapassado 100%.

Além da agenda geopolítica, o mercado global também volta suas atenções para o início da WWDC 2025, conferência anual da Apple em Cupertino, na Califórnia. A expectativa gira em torno de novas atualizações de software, após um ano marcado por promessas não cumpridas relacionadas à plataforma de inteligência artificial da empresa, apresentada na edição anterior.

No Brasil, os investidores aguardam a divulgação do Boletim Focus, do Banco Central, com as novas projeções para indicadores como inflação (IPCA), juros (Selic), crescimento do PIB e câmbio — dados que costumam balizar decisões de mercado ao longo da semana.

Brasil

O Ibovespa fechou a sexta-feira (6) praticamente estável, com leve queda de 0,10%, aos 136.102 pontos, acumulando recuo de 0,65% na terceira semana consecutiva no vermelho. O índice foi pressionado pela queda nas ações dos bancos, especialmente Banco do Brasil (BBAS3), diante de preocupações com inadimplência no agronegócio.

Já a Petrobras (PETR4) e a Vale (VALE3) ajudaram a sustentar o Ibovespa, com ganhos modestos impulsionados pela alta do petróleo.

O dólar comercial também recuou, em 0,28%, a R$ 5,570. Os DIs (juros futuros) desceram por toda a curva.

Europa

As bolsas europeias operam majoritariamente em baixa neste início de semana, com investidores de olho na negociação entre China e Estados Unidos e repercutindo a alta de mais de 20% das ações da Alphawave, empresa de chips listada em Londres. A disparada dos papéis aconteceram depois do anúncio de aquisição da empresa por US$ 2,4 bilhões pela gigante norte-americana de semicondutores Qualcomm.

STOXX 600: -0,08%
DAX (Alemanha): -0,37%
FTSE 100 (Reino Unido): -0,03%
CAC 40 (França): -0,12%
FTSE MIB (Itália): -0,24%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam próximos da estabilidade nesta manhã, com os agentes se preparando para a divulgação de dados de inflação ao longo da semana. Na lista estão o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) na quarta-feira (11), enquanto o Índice de Preços ao Produtor (PPI) está previsto para sexta (13). Investidores acompanham de perto os indicadores em busca de sinais sobre os efeitos das tarifas atuais na economia.

Dow Jones Futuro: +0,02%
S&P 500 Futuro: 0,01%
Nasdaq Futuro: -0,12%

Ásia

As bolsas asiáticas fecharam com alta, acompanhando Wall Street e com os agentes de olho nas negociações entre Estados Unidos e China.

Além disso, também repercutem dados econômicos chineses. A inflação ao consumidor na China recuou 0,1% em maio na comparação anual, uma queda menor que os 0,2% esperados por economistas. Já o índice de preços ao produtor caiu 3,3%, superando a estimativa de retração de 3,2%.

As exportações chinesas registraram crescimento abaixo do previsto, pressionadas por uma forte queda nas remessas para os Estados Unidos.

Shanghai SE (China), +0,43%
Nikkei (Japão): +0,92%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,63%
Kospi (Coreia do Sul): +1,55%
ASX 200 (Austrália): fechado por feriado

Petróleo

Os preços do petróleo operam com baixa, enquanto os investidores aguardavam as negociações comerciais entre EUA e China, que seriam realizadas em Londres no final do dia.

Petróleo WTI, -0,33%, a US$ 64,37 o barril
Petróleo Brent, -0,30%, a US$ 66,27 o barril

Agenda

Nos EUA, serão divulgados os estoques no atacado.

Por aqui, no Brasil, após reunião com líderes da Congresso na noite de domingo (8), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou uma série de medidas que devem servir de alternativa à alta do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras). Segundo ele, o governo vai editar uma Medida Provisória (MP) que aumenta a tributação do faturamento de empresas que exploram jogos online, as chamadas bets, de 12% para 18%, além da cobrança de títulos de renda fixa que hoje são isentos de impostos. Com isso, o governo vai recalibrar as alíquotas do IOF. O ministro afirmou que detalhará as medidas anunciadas nesta segunda-feira (9) e que ainda não há uma estimativa de quanto será arrecadado com elas.

*Com informações do InfoMoney e Bloomberg