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O Supremo Tribunal Federal (STF) interroga, nesta terça-feira (10), réus do “núcleo 1” da ação que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022. O último a depor é o ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, Walter Braga Netto. Por estar preso, o interrogatório dele está sendo feito de forma remota.
No depoimento, Braga Netto negou que tenha dado dinheiro para Mauro Cid em uma caixa de vinho financiar o plano golpista. “Cid veio atrás [de mim] e perguntou: ‘General, o PL pode conseguir algum recurso que estamos precisando?’ Na minha cabeça, era alguma coisa a ver com campanha. Virei e falei: ‘Procura o tesoureiro Azevedo’. Ele procurou o Azevedo, deixei para ele, ele veio mais tarde e falou: ‘General, o dinheiro que o Cid está precisando, não temos amparo para dar’. Então falei: ‘Morre o assunto’. E morreu o assunto.”
No início do depoimento, Braga Netto afirmou que Mauro Cid “faltou com a verdade” em sua delação. Cid afirmou que houve uma reunião na casa de Braga Netto, em 12 de novembro de 2022, para discutir o golpe.
Questionado por Moraes sobre o assunto da reunião, Braga Netto confirmou o encontro e disse que foram tratados “assuntos operacionais, alguma coisa que tinha sido feita, que eu prefiro não comentar”.
Por estar preso, o interrogatório de Braga Netto está sendo feito de forma remota. (Foto: Antonio Augusto/STF)
Já prestaram depoimentos o ex-presdiente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Paulo Nogueira, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, o ex-ministro da Defesa Paulo Nogueira, o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto, e o almirante Almir Garnier, comandante da Marinha no governo de Jair Bolsonaro.
Também foram incluídos no “Núcleo 1” o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem e o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, interrogados nesta segunda-feira (9).
STF está na fase da instrução criminal
Ao todo, a PGR denunciou 26 pessoas por envolvimento na trama golpista, que foram divididas em três grupos distintos conforme suas atividades. No caso do núcleo de Bolsonaro, as acusações são:
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Tentativa de golpe de Estado
- Participação em organização criminosa armada
- Dano qualificado
- Deterioração de patrimônio tombado
Os interrogatórios fazem parte da etapa de instrução criminal – etapa em que a defesa e a acusação trabalham para a produção de provas. Ao fim das oitivas, as partes deverão apresentar suas alegações finais e o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, preparará o relatório final para o julgamento.
Fonte: ICL Notícias