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A PF (Polícia Federal) apontou o ex-presidente Jair Bolsonaro como integrante do núcleo político da organização criminosa que atuou no esquema da chamada “Abin Paralela”. No entanto, os investigadores do caso aguardam uma sinalização do STF (Supremo Tribunal Federal) para formalizar a inclusão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no rol de indiciados do inquérito. O material foi enviado nesta terça-feira (17) ao tribunal.
No relatório de indiciamento, a PF descreve as condutas criminosas cometidas por Bolsonaro no esquema da Abin Paralela. Contudo, ainda aguarda uma manifestação para saber se o entendimento do STF é de que o caso tem ligação com a organização criminosa que articulou a tentativa de golpe de Estado em 2022.
De acordo com a PF, Bolsonaro foi o principal beneficiário do uso da estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para atuar em prol do ex-presidente e de seus familiares. A investigação encontrou indícios de uma série de atividades criminosas, incluindo o monitoramento ilegal de autoridades, jornalistas, servidores públicos e ativistas.
Bolsonaro já é réu por organização criminosa
Jair Bolsonaro já foi indiciado, denunciado e tornado réu pelo crime de organização criminosa pela tentativa de golpe. Caso haja conexão entre os casos, ele não poderia responder novamente pelo mesmo crime.
Por outro lado, caso o STF entenda que as organizações criminosas não estão diretamente relacionadas, Bolsonaro poderia ser novamente indiciado por organização criminosa.
Além de Jair Bolsonaro, a PF encontrou indícios da prática de crimes pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), diretor da Abin durante o governo Bolsonaro, e pelo vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente.
O caso começou a ser apurado em 2019 após a descoberta do uso do software “First Mile” para o monitoramento ilegal de pessoas durante o governo Bolsonaro. A partir disso, as investigações mostraram que além do uso da ferramenta, a agência fez ações de monitoramento e outras operações de espionagem ilegal.
Também figuram na lista de indiciados os atuais integrantes da cúpula da Abin: o diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, o chefe de gabinete do diretor, Luiz Carlos Nóbrega Nelson, e o atual corregedor da agência, José Fernando Moraes Chuy.
Fonte: ICL Notícias